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sexta-feira, 9 de abril de 2010

A justiça injusta


09/04/2010

O juiz espanhol Baltazar Garzón tentou reabrir o caso de genocídio coletivo que representaram os massacres que o regime franquista realizou na Espanha. Não apenas não conseguiu, como sofre agora as represálias da Justiça (com perdão da palavra), que deseja puni-lo por essa afronta ao ditador.


A isso se refere Galeano no texto reproduzido em seguida:

GARZON, por EDUARDO GALEANO

“O juiz Baltasar Garzón se senta agora no banco dos acusados. Ele ameaçou a impunidade dos ladrões dos fundos públicos e perturbou a paz dos ladrões da memória coletiva.

O Tribunal Supremo, cúpula do sistema judicial espanhol, não dissimula sua decisão de condená-lo. Dos quinze juízes membros desse tribunal, dez chegaram a seus cargos jurando fidelidade ao Generalíssimo Franco. E não o esquecem, para que não se diga que eles negam o direito de recordar.
Até quando a Justiça seguirá perseguindo aos justos? Até quando a Justiça seguirá sendo injusta?

Héctor Tizón, que sabe muito de história e de Justiça, costuma advertir que a Justiça condenou Sócrates e Jesus, que foram os dois homens mais justos de toda a história da humanidade.”
Postado por Emir Sader às 05:32

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