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quinta-feira, 20 de maio de 2010

Imortal não. Eterno



O que se viu ontem na Vila Belmiro, não foi apenas uma vitória e uma classificação suada. Mas, sim, a reposta de Dorival Júnior e sua turma de colegiais para aqueles que insistem em procurar demérito onde só há talento. E um talento que vem de berço. Talento que é a tradição deste clube que incomoda e resiste a tudo e a todos.

Confesso, que depois do gol do Robinho, o segundo, se é que se pode chamar aquilo apenas de gol, eu chorei. Desabei como criança e como há muito tempo não desabava de emoção pelo meu Santos.

Mais que um título e uma vitória importante, a razão por minha reação se deve a certeza de ter tomado a decisão certa quando tinha meus cinco ou seis anos de idade, mesmo sob a pressão de uma época magra e oprimida pelas façanhas internacionais do São Paulo de Telê Santana.

O gol de Robinho, assim como o do Ganso, e também do incansável Wesley, selaram a boca dos que falaram demais, agravaram as dores localizadas nos cotovelos dos rivais e, de uma vez por todas, eternizou o solo sagrado de Vila Belmiro.

Olha, se existem coisas que nos motivam a continuar nessa batalha pela sobrevivência em um mundo cada vez mais cruel e injusto, a que aconteceu ontem em Santos foi uma delas. Pois os milhões de santistas espalhados por ele, assim como eu, desabaram de felicidade. Já os adversários, foram obrigados a se curvar a perfeição dos Meninos da Vila, no ofício de jogar futebol.

Não só nós, mas todos, hoje, têm a certeza de que o estádio Urbano Caldeira e seu time de artistas são especiais. Um lugar abençoado pelos deuses do futebol e que se tornou ao longo de sua história um pára-raios de raríssimos talentos.

Não tenho dúvida de que esse time, em pouco tempo, não resistirá aos assédios vindos do velho mundo. Mas, ao mesmo tempo, o que me conforta é que assim como Pelé, Giovanni, Robinho, Ganso e Neymar, sei que em um futuro breve, outros garotos franzinos brotarão desse gramado iluminado passando o pé sobre a bola e dando sequência a esse divino legado.

Em Santos se planta amor a camisa, no Santos se colhe a magia do futebol.



carta
Mauro McFly
Diretor de Criação
(13.33260819

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